O papel da máquina eleitoral, a "política dos favores" do Coronelismo e as Fraudes Eleitorais: 

   No Brasil, os políticos tinham o poder de comandar a máquina eleitoral, que funcionava como uma pirâmide. O primeiro lugar era ocupado pelo Presidente da República, logo depois os Partidos Republicanos Estaduais e na base o Coronel, sua família, amigos, parentes e dependentes, formando então as famosas oligarquias estaduais. O voto era aberto; mulheres, menores de 21 anos e analfabetos não votavam pois, era proibido. Sendo assim, no processo eleitoral ocorriam muitas fraudes, corrupções e desigualdades sociais.

   Os poderes fundamentais da República eram: Executivo, Legislativo e Judiciário. Os políticos compravam voto em troca de condução, roupas, cachaças, etc. O voto era cabresto, possuia o curral eleitoral e o governo era muito autoritário.

   A "política dos favores" do coronelismo funcionava como uma manifestação do poder privado dos senhores da terra e era definido como um compromisso, uma  troca de favores e proveitos entre o Poder Público, progressivamente fortalecido. Sua durabilidade foi extensa devido a ação de Estados apoiarem outros Estados, recebendo em troca grandes benefícios.

   Aos coronéis cabia a importante tarefa de controlar o eleitorado no seu município de atuação. Por meio do seu prestígio ou pela imposição de seu poder, o coronel garantia o resultado eleitoral. Ofereciam proteção aos aliados políticos e compadres, a construção de escolas e hospitais, a resolução de conflitos locais e a obtenção de obras públicas para a própria região em troca de votos.

   Os famosos jagunços que intimidavam os eleitores a se manterem fiéis ás orientações dos coronéis. Pelo uso da violência contribuiu para a formação de verdadeiros "currais eleitorais", ou seja, todas as pessoas que deviam favores aos coronéis acabavam votando em seus candidatos. Esse tipo de voto, obtido pela intimimidação, ficou conhecido como "voto cabresto".

   O voto cabresto nada mais é que, o voto aberto, ou melhor, a compra de votos. Para votar, o eleitor dirigia-se á mesa eleitoral, composta pelo presidente da Camâra e de mesários por ele indicados, que controlavam as listas de presença e votação, observando o voto de cada eleitor. Ao fim das eleições, os votos eram apurados pelos membros das camâras municipais e estaduais, que registravam o resultado em atas e queimavam as cédulas. Esse sistema gerou fraudes eleitorais capazes de garantir a perpetuação das oligarquias rurais.

   Abaixo, na charge de Storni para a revista Careta (1927), está representada uma das mais famosas fraudes eleitorais da Primeira Repúblia: o voto cabresto:

 

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 Glossário:

 - Prestígio: influência pessoal derivada de êxito profissional, valor individual, estatura moral.

 - Imposição: ato de impor ou de impor-se; ordem a que se tem de obedecer; tributo, imposto.

 - Obtenção: ato ou efeito de obter; conseguimento.

 - Jagunço: homem que serve de guarda-costas; pessoa de mau carácter.

 - Intimidação: ato ou efeito de intimidar; medo ou temor.

 - Mesário: membro de mesa eleitoral.

 - Atas: registro do que se passou em sessão.

:- Cédulas: impresso com nomes de candidatos a cargo eletivo, próprio para votar; voto.

 - Perpetuação: tornar-se contínuo; eternizado, eternizar(se).

 

Fontes de pesquisas: imagens no google; dicionário; livro de pesquisa de história - ManualEducar (editora Claranto)

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